Life goes on

Existem momentos na vida em que nos apercebemos do que deixamos para trás.
Ontem ao ver as notícias sobre o S. João do Porto, apercebi-me que nem às festividades da minha pequena vila fui. Eu adorava esta época. No meu primeiro ano de faculdade, fui de propósito para casa só porque era S. João (e tinha muito que estudar para exames).
Isto deu azo a outros pensamentos.... O que vamos deixando para trás que antes eram hábitos e tradições tão importantes para nós.
No meu caso, além do S. João, perdi a 'intimidade' com o próprio sítio de onde venho. Quando era pequena corria aquela zona de bicicleta e conhecia toda a gente. Hoje, a minha bicicleta já nem pneus tem.
Entrava na Secundária e ficava logo rodeada de amigos e conhecia o staff e professores. Hoje, entro e já são poucos os que conheço e que me reconhecem. (noto, no entanto, que os fedelhos são cada vez mais mal educados. pfff)
Tinha tempo para passar dias em casa, com os meus pais, a minha afilhada e o meu tão querido gatinho. Agora, se tenho uma hora para brincar e rir com a pequena já é uma alegria.
Tinha um corpo pequeno mas forte e ágil resultado de muito exercício saudável e aulas de E.F. Sinto falta dessas aulas e animação, além de que o meu corpo mudou desde os 15 anos.

E as coisas que mudam e os "reality checks" que nos dão murros no estômago??

Sinto um arrepio na espinha quando vejo o meu nome seguido da minha idade, 22 anos.
Sinto-me assoberbada quando oiço que raparigas da minha idade se vão casar.
Dá-me o chilique quando me perguntam se a minha afilhada de 5 anos é minha filha...

Aquela frase que tanto me diziam mas eu não acreditava "Depois dos 18 é sempre a voar....", está a concretizar-se.
Afinal, parece que foi ontem que achava os rapazes nojentos, queria jogar à bola todo o dia e comer sandes com as minhas amigas no Jardim enquanto falávamos do futuro. Futuro esse que consegue ser assustador.