22/01/2013

"As crianças não são hiperactivas, são mal-educadas"

Isto tem gerado alguma polémica na minha área facebokiana mas eu sou das que concorda com esta notícia a 100%.

In Expresso por Henrique Raposo

"É uma comédia que se acumula no dia-a-dia. Um sujeito vai ao café ler o jornal, e o café está inundado de crianças que não respeitam nada, nem os pardalitos e os pombos, e os pais "ai, desculpe, ele é hiperactivo", que é como quem diz "repare, ele não é mal-educado, ou seja, eu não falhei e não estou a falhar como pai neste preciso momento porque devia levantar o rabo da cadeira para o meter na ordem, mas a questão é que isto é uma questão médica, técnica, sabe?, uma questão que está acima da minha vontade e da vontade do meu menino, olhe, repare como ele aperta o pescoço àquele pombinho, é mais forte do que ele, está a ver?". E o pior é que a comédia já chegou aos jornais. Parece que entre 2007 e 2011 disparou o consumo de medicamentos para a hiperactividade. Parece que os médicos estão preocupados e os pais apreensivos com o efeito dos remédios na personalidade dos filhos. Quem diria?
Como é óbvio, existem crianças realmente hiperactivas (que o Altíssimo dê amor e paciência aos pais), mas não me venham com histórias: este aumento massivo de crianças hiperactivas não resulta de uma epidemia repentina da doença mas da ausência de regras, da incapacidade que milhares e milhares de pais revelam na hora de impor uma educação moral aos filhos. Aliás, isto é o reflexo da sociedade que criámos. Se um pai der uma palmada na mão de um filho num sítio público (digamos, durante uma birra num café ou supermercado), as pessoas à volta olham para o dito pai como se ele fosse um leproso. Neste ambiente, é mais fácil dar umas gotinhas de medicamento do que dar uma palmada, do que fazer cara feia, do que ralhar a sério, do que pôr de castigo. Não se faz nada disto, não se diz não a uma criança, porque, ora essa, é feio, é do antigamente, é inconstitucional.
Vivendo neste aquário de rosas e pozinhos da Sininho, as crianças acabam por se transformar em estafermos insuportáveis, em Peter Pan amorais sem respeito por ninguém. Levantam a mão aos avós, mas os pais ficam sentados. E, depois, os pais que recusam educá-los querem que umas gotinhas resolvam a ausência de uma educação moral. Sim, moral. Eu sei que palavra moral deixa logo os pedagogos pós-moderninhos de mãos no ar, ai, ai, que não podemos confrontar as crianças com o mal, mas fiquem lá com as gotinhas que eu fico com o mal."


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/as-criancas-nao-sao-hiperactivas-sao-mal-educadas=f780888#ixzz2Ij7jsT8E

1 comentário:

  1. Eu concordo com isto. É verdade que existem crianças hiperactivas e infelizmente nessas é difícil meter mão. O problema é que agora se usa a desculpa da hiperactividade para tudo e para nada. Desculpas de pais que não sabem ter mão nos filhos, que fazem deles bichos mimados e insuportáveis, pais que não sabem dar uma palmada no rabo na altura certa. E atenção que eu sou contra violências e pais que abusam dela, mas uma palmada no momento certo evita muitas crises. Há que saber ensinar as crianças, porque não há nada mais irritante que miúdos mal educados.
    Tenho dito. E agora crucifiquem-me se quiserem.

    beijinho

    ResponderEliminar

Qualquer comentário no blog será moderado por mim. Obrigada pelas tuas palavras e visita ao By Silver! :)